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terça-feira, 27 de junho de 2017

Eu me lembro.

Hoje pela manhã comecei a usar um novo desodorante, uma marca e cheiro que não usava há muito tempo. Junto com aquele cheiro, vieram muitas lembranças à tona, de um tempo do qual eu não pertenço mais, de pessoas e relacionamentos que não fazem mais parte da minha vida.




A vida muda, o tempo passa e nós amadurecemos, mas as memórias sempre vão estar lá - pois elas foram parte do que nos tornamos hoje. Uma vez, num almoço com pessoas (que também não fazem mais parte do meu círculo), tivemos a difícil decisão de escolher o repertório musical e nada mais justo que o dono da casa escolher tais músicas. Na playlist ouvimos Tim Maia por um longo tempo e enquanto as músicas rolavam, o anfitrião voava longe, parecia se transportar para outro lugar - em seus pensamentos e suas lembranças - e nós apenas ali, observando e curtindo o som.


Desde então, venho refletindo sobre tudo isso. As pessoas muitas vezes não sabem lidar com as suas memórias de vida, o que pode ser um empecilho para o tempo presente. A caminhada é longa e precisamos podar quais dessa lembranças fazem bem ou mal para prosseguir. Ainda não criaram uma máquina do tempo (ainda) pra revivermos alguns momentos que não estão mais aqui, com pessoas que não estão mais conosco. O nosso tempo é hoje. Vamos viver tudo que há pra viver, nos permitir (salve Lulu).


Cabe a cada um guardar as melhores lembranças naquela gaveta especial no cantinho do coração e aquelas que nos maltratam, que nos trás arrependimento, tristeza e martírio, a gente vai limpando, vai evoluindo e passando uma borracha para que esses pensamentos sejam apenas momentos que foram pra nossa lixeira. Só que a gente esvaziou a lixeira, sumiu, se escafedeu, desapareceu...

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